Compreensão

GTUFS

É necessário salientar o abuso comum da palavra ‘compreender’ ou da noção de ‘compreensão’: dizem-nos que é preciso ‘compreender’ um malfeitor ou um homem mau e que compreender é perdoar. Se assim fosse, o que pensar dos pecadores que se convertem e, sobretudo, da tradicional injunção ‘conhece-te a ti mesmo’? O bom ladrão do Evangelho não foi para o Paraíso por nada, e Santo Agostinho sabia o que estava fazendo quando escreveu suas Confissões. Com uma inconsistência bastante característica, os partidários da “compreensão” incondicional – como se bastasse ser “eu” para estar sempre certo – sempre tomam cuidado para não “compreender” aqueles que pensam de outra forma, e a quem difamam descaradamente; uma caridade unilateral termina necessariamente numa justiça invertida. [FSJM, Sobre a intenção]