GTUFS
“Discernir” é “separar”: separar o Real e o ilusório, o Absoluto e o contingente, o Necessário e o possível, Atma e Maya. Ao discernimento junta-se, de forma complementar e operativa, a “concentração”, que “une”: é – partindo da Maya terrena e humana – a consciência plena do Atma, ao mesmo tempo absoluto, infinito e perfeito; sem igual, sem limite e sem mancha. (FSRMI, Introdução: Premissas Epistemológicas)
Discernimento / Contemplação: O discernimento, pelo seu rigor adamantino, remete, por assim dizer, ao mistério do Absoluto; analogamente, a contemplação, pelo seu aspecto de suavidade musical, pertence ao mistério do Infinito. No microcosmo humano, a faculdade volitiva provém, por assim dizer, da absolutidade do Bem Supremo, enquanto a faculdade afetiva testemunha a sua infinitude. (FSAC, Inteligência e Caráter)
O discernimento metafísico é uma “separação” entre Atma e Maya; a concentração contemplativa, ou consciência unificadora, é, por outro lado, uma “união” de Maya com Atma. O discernimento é separativo [[É isso que significa a palavra árabe furqan, ou seja, “diferenciação qualitativa”, de faraqa, separar, discernir, bifurcar. É bem sabido que Furqan é um dos nomes do Alcorão.)]] e é com ele que se preocupa a “doutrina”; a concentração é unitiva e é com ela que se preocupa o “método”; a “fé” está relacionada com o primeiro elemento e o “amor de Deus” com o segundo. (FSRMA, Religio Perennis)