GTUFS
O ego é ao mesmo tempo um sistema de imagens e um ciclo; é algo como um museu. O ego é um tecido em movimento feito de imagens e tendências; as tendências vêm de nossa própria substância, e as imagens são fornecidas pelo ambiente. Nós nos colocamos nas coisas e colocamos as coisas em nós mesmos, enquanto nosso verdadeiro ser é independente delas. (FSRMA, O Homem no Universo)
O ego é, empiricamente, um sonho no qual nós mesmos sonhamos; o conteúdo desse sonho, extraído do nosso entorno, é, no fundo, apenas um pretexto, pois o ego deseja apenas sua própria vida: seja o que for que sonhemos, nosso sonho é sempre apenas um símbolo para o ego que deseja afirmar-se, um espelho que colocamos diante do “eu” e que reverbera sua vida de múltiplas maneiras. Esse sonho se tornou nossa segunda natureza; é tecido de imagens e tendências, elementos estáticos e dinâmicos em inúmeras combinações: as imagens vêm de fora e são integradas à nossa substância; as tendências são nossas respostas ao mundo ao nosso redor; à medida que nos exteriorizamos, criamos um mundo à imagem do nosso sonho, e o sonho assim objetivado flui de volta para nós, e assim por diante, até ficarmos encerrados em um tecido, às vezes inextricável, de sonhos exteriorizados ou materializados e de materializações interiorizadas. O ego é como um moinho de água cuja roda, impulsionada por uma corrente – o mundo e a vida –, gira e se repete incansavelmente, numa série de imagens sempre diferentes e sempre semelhantes. (FSSG, Ver Deus em Tudo)