Este antiquíssimo símbolo cristão, também denominado “Cruz do Verbo”, é formado por quatro quadrados cujos vértices estão voltados para o centro, constituindo assim uma verdadeira Cruz pelo espaço vazio criado, e pelo paralelismo dos seus lados, paralelo que pode ser considerado como quatro caminhos que conduzem ao centro da figura. Guénon observa que esta figura se assemelha à forma primitiva do caráter chinês hing, que representa os cinco elementos ou as quatro regiões do espaço, ou seja, os pontos cardeais, a que chamamos “quadrados” (fang), reunidos em torno da região central que é de fato o quinto elemento.
O Gammadion também tem outra forma quando os quatro quadrados não estão mais dispostos com o vértice voltado para o centro, mas para fora, e onde os quatro ângulos constituem um quadrado perfeito circundando uma cruz desenhada no centro da figura. Este Gammadion pode ser visto como uma “projeção horizontal de um edifício no seu plano de base: os quatro quadrados correspondem então às quatro pedras de base dos quatro cantos, e a cruz à “pedra angular” do cume…”. Estas duas Gammadia, segundo Guénon, devem ser percebidas como representando o próprio Cristo simbolizado pela Cruz, uma Cruz rodeada pelos quatro evangelistas que são os quatro quadrados ou as quatro pedras básicas dos quatro cantos do edifício.
Guénon salienta que a tradição islâmica possui um símbolo equivalente, que inclui o nome do Profeta identificado como rukn el-arkân, localizado no centro rodeado nos quatro cantos pelos primeiros quatro Kholafâ. Esses cinco arkâns que se pode dizer manifestados no plano terrestre correspondem aos cinco arkâns celestiais que chamamos de Jibrîl, Rufaîl, Mikaîl, Isrâfîl e, por último e superior aos quatro primeiros, Er-Rûh identificado com Metatron.
(SFCS, cap. XLV, “El-Arkân”.)
Veja Ângulo, Cruz, Quadrado, Suástica.