GTUFS
O fato de o gnóstico – no sentido ortodoxo do termo – basear-se extrinsecamente em uma determinada Escritura sagrada ou em algum outro gnóstico não o impede de pensar de maneira intrinsecamente livre, em virtude da liberdade própria da Verdade imanente, ou própria da Essência que, por definição, escapa às restrições formais. Ou ainda: se o gnóstico “pensa” o que “viu” com o “olho do coração”, ou se, pelo contrário, obtém sua “visão” graças à intervenção – preliminar, provisória e de modo algum eficiente – de um pensamento que então assume o papel de causa ocasional, é indiferente em relação à verdade, ou em relação ao seu surgimento quase sobrenatural no espírito. (FSSVQ, Traçando a Noção de Filosofia)