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No mesmo artigo, o autor (Burckhardt) adverte contra a falsa assimilação das ideias tradicionais à noção de um “subconsciente coletivo” (corrente na psicologia moderna), cujo resquício “folclórico” pode gerar estranhas confusões: “A ‘passagem do poder à ação’, no que diz respeito à alquimia interior, de certas possibilidades psíquicas até então latentes, não tem nenhuma semelhança com os procedimentos da psicanálise moderna: esta última se ocupa exclusivamente em trazer à tona as possibilidades psíquicas inferiores, por definição negativas e atrofiadas, que identifica, além disso, com a natureza íntima do ser humano. A alquimia, em contraste, atualiza as qualidades positivas da alma; e se, ao mesmo tempo, os resíduos psíquicos sobem à superfície, estes serão sempre considerados estranhos à verdadeira natureza da alma e terão de ser dissolvidos na plena expansão da alma, tal como as impurezas desaparecem no oceano, as sombras na luz brilhante e os resíduos no fogo.”