GTUFS
Os termos “místico” e “misticismo”, que não podem ser ignorados aqui, prestam-se facilmente a abusos, sendo aplicados a tudo o que é interior ou intuitivo, em qualquer nível. Na realidade, estas palavras denotam todo o contacto interior (que não seja puramente mental) com realidades que são direta ou indiretamente divinas; e é justo que sugiram sobretudo uma espiritualidade do amor, porque são termos europeus e a Europa é cristã. A sua associação com a ideia do “irracional” é claramente falsa; a intuição espiritual não é irracional, mas suprarracional. De qualquer forma, parece-nos que o único significado legítimo que se pode dar à palavra “místico” é, em primeiro lugar, o que tradicionalmente lhe foi atribuído pela teologia e, em segundo lugar, o significado proposto acima, que impõe a sua aceitação por extensão, ou melhor, por considerações etimológicas; este uso não pode, evidentemente, ser associado a tentativas mal intencionadas de desvalorizar a palavra ou a casos de simples uso indevido da linguagem. (FSLT, A contradição do relativismo)