Naturalismo

GTUFS

O erro do naturalismo não é certamente o de ser cego às qualidades estéticas, mas, em primeiro lugar, o de carecer de razão suficiente, na medida em que se toma a si mesmo como fim em si mesmo ou, o que dá no mesmo, na medida em que atribui a glória apenas ao artista ou ao modelo sensível; e, em segundo lugar, o de violar as regras resultantes da tradição, por um lado, e da natureza das coisas, por outro. (FSLT, O Santo e a Imagem Divina)

A arte, assim que deixa de ser determinada, iluminada e guiada pela espiritualidade, fica à mercê dos recursos individuais e puramente psíquicos do artista, e esses recursos logo se esgotam, nem que seja pela própria banalidade do princípio naturalista, que exige apenas uma cópia superficial da Natureza. Alcançando o limite extremo de sua própria banalidade, o naturalismo inevitavelmente gerou as monstruosidades do surrealismo. Este último não é senão o corpo em decomposição de uma arte e, em todo caso, deveria ser chamado de “infrarealismo”; é, propriamente dito, a consequência satânica do luciferianismo naturalista. O naturalismo, na verdade, é claramente luciferiano em seu desejo de imitar as criações de Deus, sem mencionar sua afirmação do elemento psíquico em detrimento do universal e, acima de tudo, do fato nu em detrimento do símbolo. (FSUTR, Sobre as formas na arte)

Naturalismo (na arte): O naturalismo na arte viola a tradição porque ignora que o estilo é uma disciplina providencial que procede de um gênio ao mesmo tempo espiritual e étnico e se desenvolve de acordo com as leis do crescimento orgânico em uma atmosfera de piedade contemplativa que não é nem um pouco individualista ou prometeica. Ele viola a natureza das coisas porque, na pintura, trata a superfície plana como se fosse tridimensional e a imobilidade da superfície como se pudesse conter movimento; e na escultura, o naturalismo trata a matéria inerte como se fosse carne viva e, em seguida, como se estivesse em movimento, e às vezes trata um material como se fosse outro, sem levar em conta a alma de cada substância, e assim por diante. (FSLT, O Santo e a Imagem Divina)