Categorias (FS)

Ao elaborar seu quadro das categorias — substância, quantidade, qualidade, relação, atividade, passividade, lugar, momento, situação, condição — Aristóteles parece preocupar-se mais com a classificação racional do que com a natureza concreta das coisas1. Colocando-nos em um ponto de vista mais próximo da cosmologia do que do logicismo peripatético — embora a delimitação seja fluida —, preferiremos a seguinte enumeração: o objeto e o sujeito, o espaço e o tempo (que são categorias-continente); a matéria e a energia, a forma e o número (que são categorias-conteúdo); a qualidade e a quantidade, a simplicidade e a complexidade (que são categorias atributivas); o primeiro termo de cada par sendo estático e o segundo dinâmico, falando de forma aproximada e simbólica. Isso posto, não poderíamos excluir outros ângulos de visão possíveis, seja mais analíticos, seja, ao contrário, mais sintéticos; e sempre prefigurados por algum simbolismo da natureza2. (FSAC)


  1. A palavra grega kategoria, “argumento”, significa, em última instância, uma forma última de pensamento, ou seja, uma noção-chave capaz de classificar outras noções, ou mesmo todas as noções relacionadas à existência

  2. Mencionemos esta enumeração fundamental: o espaço, o tempo, a forma, o número, a matéria; fundamental porque remete ao simbolismo do pentagrama, do corpo humano, da mão, dos cinco elementos. Alguns colocam a “vida” no lugar da matéria, provavelmente pensando na energia que permeia tudo.