Rio

DRG

O Rio dá a imagem da água em movimento, da corrente contínua da vida. É também no Bramanismo e no Budismo, o “Caminho do Peregrino”, ou seja, o caminho que pode ser feito quer subindo a corrente, o que significa que esta subida da corrente identifica o rio ou o Rio com o “Eixo do Mundo”, ou com o rio celeste que desce em direcção à Terra, a que a Índia chama Ganga ou Saraswatî, ou aspectos particulares da Shakti (também identificáveis aos canais da árvore Sephirótica em relação ao Shekiná). Ou, num segundo caso, atravessando o rio de uma margem a outra, uma travessia que simbolicamente e em muitas tradições, representa a passagem da morte para a vida, do manifestado para o não manifestado, do mundo da ilusão para o Nirvana. Finalmente, e terceiro caso, descendo a corrente e evitando as múltiplas armadilhas para chegar ao Oceano que representa o objetivo final, a libertação completa além da morte (Mrityu).

Notemos que do centro do “Paraíso Terrestre”, ou seja, do pé da “Árvore da Vida”, “saem quatro Rios, dirigindo-se aos quatro pontos cardeais, traçando assim a cruz horizontal na própria superfície do mundo terrestre”. Esses quatro rios, porém, correm horizontalmente e não seguem uma direção axial vertical, o que é uma indicação geométrica muito interessante. Guénon especifica que a Cabala dá a estes quatro Rios celestiais as quatro letras com as quais a palavra PaRDeS é formada.

(RGSC, cap. IX, “A Árvore do Meio”. SFCS, cap. LVI, “A Passagem das Águas”.)

Veja Árvore do Meio, Águas, Paraíso.