Frithjof Schuon – Compreender o Islã (FSCI)
“Como indica o próprio título deste livro, nossa intenção é menos descrever o Islã do que explicar por que os muçulmanos creem nele, se é permitido expressar-se assim; as páginas que se seguem pressupõem, portanto, no leitor, certas noções elementares da religião islâmica, que ele encontrará sem dificuldade em outras obras.” É com essas palavras que Frithjof Schuon se expressa desde as primeiras linhas desta obra, que foi traduzida, desde sua publicação, em diversos idiomas.
Isso significa que o autor tem em vista apenas o Islã? Certamente não. Como em todos os seus trabalhos, Frithjof Schuon analisa essa religião do ponto de vista da Sophia perennis, assim como fez ou fará com o Cristianismo, o Budismo ou qualquer outra religião intrinsecamente ortodoxa. “O que temos em vista, neste livro como nos anteriores, é, em última análise, a ‘scientia sacra’ ou a ‘philosophia perennis’, a gnose universal que sempre existiu e sempre existirá.” Os livros que o autor escreverá posteriormente também não terão outras intenções. Este livro contém, na verdade, muitos insights esclarecedores sobre o Cristianismo, o Budismo e até mesmo sobre o Judaísmo.
Deve-se deduzir, então, que essa Sophia perennis é algo novo que o autor teria criado? Mais uma vez, é necessário responder negativamente: “Não se trata de apresentar ‘verdades novas’; pelo contrário, o que se impõe em nossa época e mesmo em qualquer época distante das origens, é fornecer a alguns chaves renovadas – mais diferenciadas e mais reflexivas do que as antigas, mas não melhores – para ajudá-los a redescobrir verdades que estão inscritas, com uma escrita eterna, na própria substância do espírito.”
A intenção é, portanto, clara: expor as “verdades eternas” através do prisma de uma religião, no caso o Islã, especialmente porque esta se presta particularmente bem, devido à importância e à primazia dadas à inteligência, a tal exposição. Schuon conclui seu Prefácio com uma observação significativa: “Este livro se dirige, em primeiro lugar, a leitores ocidentais, dada sua língua e sua dialética, mas não duvidamos que leitores orientais de formação ocidental – e que talvez tenham perdido de vista a validade da fé em Deus e da tradição – possam igualmente tirar proveito dele e compreender, em todo caso, que a tradição não é uma mitologia infantil e desatualizada, mas uma ciência terrivelmente real.”
“Deus é a Luz dos céus e da terra. (Alcorão)
A primeira coisa criada por Deus foi o intelecto. (O Profeta)
Deus não distribuiu a seus servos algo mais estimável do que a inteligência. (Ali)”
Resumo e topicos abaixo traduzidos de site francês dedicado a Schuon, sobre o qual estaremos aditando excertos traduzidos desta obra.