(GTUFS)
Artista / Místico: À exteriorização criativa, que procede do centro para a periferia, responde uma interiorização iniciática ou mística, que procede no sentido inverso, e cuja prefiguração psicológica é a virtude. Na verdade, a virtude tende do acidental para o substancial ou da forma contingente para o arquétipo, para a “ideia”, cuja essência é o Bem Soberano, o Agatão. O mesmo vale para a arte, cujo propósito é transferir o arquétipo para a contingência; e isto é o verdadeiro “realismo”, uma vez que o real está acima de nós, e não abaixo de nós, como os modernos querem. Mas nem é preciso dizer que a expressão artística não é mais do que a prefiguração da alquimia espiritual, cuja matéria é a alma e que realiza, interiormente e de forma fundamental, o que a arte demonstra e promete ao nível das percepções e emoções imediatas. O artista traz o Divino ao mundo; o místico reintegra o mundo – sua alma – ao Divino; sempre com a ajuda do Céu, pois “Sem mim nada podeis fazer”. [FSRMI, Criação como Qualidade Divina]