(DRG)
Consciência individual. Consciência mental. Consciência da Identidade do Ser. A questão da Consciência individual foi abordada por Guénon num estudo sobre “O Intelecto Superior”, na sua obra intitulada “O Homem e o seu devir segundo o Vêdânta” (HDV). Ele explica que é através da passagem do intelecto do estado de poder universal para a forma individualizada que a consciência individual (ahankâra) é produzida, de certa forma. Isto de forma alguma prejudica as propriedades primárias do intelecto transcendente. Como tal, a Consciência, segundo Guénon, mesmo na sua maior generalidade, é apenas um modo de conhecimento contingente e especial, um modo condicionado do próprio conhecimento, uma vez que o conhecimento relativo é o produto de uma refração do intelecto, é aliás precisamente esta refração “que constitui a consciência individual”.
Porém, esta Consciência “individual” não pode representar, por si só, a totalidade dos estados de Consciência, uma vez que o “intelecto puro” (Buddhi) transpõe para o Universal as propriedades presentes na Consciência limitada. Indiquemos também que Guénon indica a existência de uma “Consciência Mental”, que pode ser descrita como intermediária, pois é precisamente algo mais, ao nível da determinação, do que a Consciência individual. Guénon define esta “consciência mental” como o resultado da união de manas (sentido interno) com ahankâra (consciência individual).
Por fim, recordemos que Guénon considera que é através da Consciência da Identidade do Ser, constante para além das múltiplas modificações da Existência única, que se manifesta um elemento transcendente e informal (portanto não individualizado), no Centro do homem, cujo nome é “Raio Celestial”. É aliás esta Consciência, que vai completa e radicalmente além da ordem formal, portanto assimilável à “intuição supra-racional” que, para o indivíduo, mas não esqueçamos muito além das suas limitadas faculdades, é a verdadeira “Sensação de eternidade”.
Saibamos, porém, que a Consciência, quando se universaliza e assume o significado do sânscrito Chit, está muito distante, mesmo analogicamente, da Consciência comum, contingente e relativa.
(RGSC, cap. XXX, “Últimas observações sobre o simbolismo espacial”. RGEME, cap. XVI, “Conhecimento e consciência, HDV, cap. IX, “Os Cinco vayus ou funções vitais dos invólucros do “Eu”.)
Veja Ahankara, Buddhi, Conhecimento, Intelecto, Manas.