Fiéis do Amor

DRG

Organização iniciática herdeira do espírito da Ordem do Templo, cujo grito de guerra era aliás “Viva Deus, Santo Amor”, os “Fiéis do Amor” consideravam-se os continuadores, a nível espiritual, dos primeiros cristãos, partindo da ideia de que possuíam a verdadeira doutrina da Revelação e, portanto, as promessas efetivas da “Vida Eterna”.

A estreita relação estabelecida entre o Amor e a morte, obviamente específica das Ordens de Cavalaria em geral, foi mais particularmente marcada entre os Fiéis do Amor, uma vez que não só a morte foi justamente considerada como tendo que ser a realização para o ser espiritual da morte iniciatória, como também foi posta em correspondência fonética direta com o amor. Com efeito, sendo a raiz idêntica “mor” comum a ambas as palavras, a palavra “a-mor” composta pelo privativo “a”, apresenta a mesma construção característica de palavras sânscritas como a-mara ou a-mrita, o que leva Guénon a pensar que o Amor pode perfeitamente ser visto como uma equivalência “hieroglífica” da imortalidade, que é o que faziam os Fiéis do Amor, uma vez que se consideravam os “vivos” ou aqueles que tinham alcançado a imortalidade, distinguindo-se radicalmente dos profanos que eram chamados de “mortos”. Entenderemos assim melhor porque a “Terra Santa” também foi chamada de “Terra dos Vivos”, em referência ao lugar reservado para aqueles que receberam, através da iniciação, a capacidade de imortalidade.

(RGEC, cap. IV, “A linguagem secreta de Dante e dos fiéis do amor”, cap. VII, “Fiéis do amor e corte do amor”. RGSC, cap. IX, “A Árvore do Meio”.)

Veja Cavalaria, Fede Santa, , Terra Santa.