Frithjof Schuon – Da Unidade Transcendente das Religiões (FSUTR)
“As religiões são como lanternas de vidro colorido; ora, uma lanterna ilumina um lugar escuro porque é luminosa, e não porque é vermelha, azul, amarela ou verde. Por um lado, a cor transmite a luz, mas, por outro, a falsifica; se é verdade que sem tal lanterna colorida nada se veria, é igualmente verdade que a visibilidade não se identifica com nenhuma cor. Isto é algo de que todo esoterismo, por definição, deveria estar ciente, pelo menos em princípio e na medida em que o seu conhecimento dos fatos o permita.” (Cristianismo/Islão, Visões de Ecumenismo Esotérico, p.108)
Esta passagem parece-nos ser a melhor introdução à primeira grande obra de Frithjof Schuon, Da Unidade Transcendente das Religiões. De modo algum se trata, para o autor, de criar uma super-religião, e ele frequentemente repete que “a unidade das religiões não é realizável no plano das formas e não deve ser realizada”. A Sophia Perennis ou Religio Perennis não é, portanto, uma religião formal. Quando o autor fala de unidade “transcendente”, significa que “esta unidade deve ser realizada de uma forma puramente interior e espiritual”. Alguns grupos neo-espiritualistas gostariam de criar uma Religião universal em nome desta “unidade transcendente das religiões”. Isso nunca foi proposto por Frithjof Schuon.
Este livro ocupa um lugar central na obra de Frithjof Schuon, no sentido de que é um dos seus primeiros trabalhos e expõe principalmente o que é o esoterismo puro em relação às religiões exotéricas. É também, sem dúvida, o livro que deve ser lido primeiro, pois apresenta uma série de observações fundamentais sobre as diferenças entre esoterismo e exoterismo, que são necessárias para a compreensão de outros livros publicados posteriormente.
É evidente que o autor possui uma compreensão excepcional das religiões do mundo, uma compreensão que nunca antes havia sido expressa com tanta precisão e amplitude; e se o leitor tiver a possibilidade de perceber como essa compreensão decorre rigorosamente de princípios de metafísica pura, torna-se impossível para ele admitir, sem nuances, que há apenas uma única religião verdadeira em toda a história da nossa humanidade; isso também lhe permitirá compreender profundamente todas as religiões ortodoxas.”
Resumo e tópicos abaixo traduzidos de site francês dedicado a Schuon, sobre o qual serão aditados excertos traduzidos da obra.
