(GTUFS)
Bhakta: UM bhakta não é um homem que “pensa”, é um homem cuja individualidade participa ativamente do conhecimento supraindividual e que, consequentemente, é capaz “ele mesmo” de aplicar seu conhecimento transcendente às contingências cósmicas e humanas. Em outras palavras o bhakta alcança e possui conhecimento, não de uma maneira intelectual, mas de uma maneira ontológica. No nível individual, o pensamento de um bhakta reduz-se a uma espécie de “sistema planetário” da sua realização pessoal; caso contrário, é toda a tradição, aquela a partir da qual o bhakta surgiu, que ‘pensa’ por ele; é essa tradição que resolve todos os problemas situados fora do “sistema” em questão. [FSPSFH, O Vedanta]
Bhakti/Conhecimento: De acordo com um erro bastante comum encontrado em certos círculos, as pessoas pensam que estão lidando apenas com bhakti onde quer que encontrem um elemento emocional e com jnana onde encontram dissertações intelectuais; na realidade, os critérios válidos são os seguintes: onde há “ontologismo” e “dualismo” num sentido fundamental, é uma questão de bhakti, mas onde há “superontologismo” e “não dualismo” jnana é para ser encontrado. [FSLS, Uma Visão do Yoga]
Bhakti-Marga: No caminho do amor (o hindu caminho da devoção, o amor do Sufismo), a atividade especulativa – que por definição é de ordem intelectual – não desempenha um papel preponderante, como é o caso da via do conhecimento (caminho do conhecimento, ma’rifah); o “amante” – o bhakta – deve obter tudo por meio do amor e da Graça Divina; considerações doutrinárias, por mais paradoxal que possa parecer dado o caráter iniciático da bhakti, não têm neste caminho a importância crucial que têm na jnana. . . para amar é preciso limitar, ou melhor, dirigir a atenção para um único aspecto da Realidade, sendo a consideração da Verdade integral mais ou menos incompatível com o subjetivismo de um amor exclusivista. O caminho do amor é comparável a um ritmo ou a uma melodia, não a um ato de raciocínio; é um caminho de “beleza”, não de “sabedoria”, se assim podemos expressar, correndo o risco de parecer dizer que a beleza é sem sabedoria e a sabedoria sem beleza; em suma, a perspectiva do bhakta compreende limitações inevitáveis devido ao caráter subjetivo e emocional do método “bhaktico”.
Em matéria de doutrina, o bhakta não tem nada a resolver apenas por meio da inteligência, é toda a religião que “pensa” por ele, por meio de todos os símbolos – bíblicos ou outros – que possui. [FSOC, Modos de Realização Espiritual]