Deus

(DRG)

Para René Guénon, o conceito de Deus deve ser compreendido em sua Unidade absoluta e indivisível, transcendendo todas as representações particulares que possam surgir nas diferentes tradições. Esta visão unificadora ultrapassa não apenas as concepções judaico-cristãs-islâmicas, mas também se aplica ao hinduísmo, onde a essência divina permanece Una e única, além de qualquer dualidade.

Principais aspectos da concepção guenoniana sobre a Divindade:

  1. Unidade Transcendente
    • Deus é o Absoluto (Para-Brahma), a Realidade única sem segundo
    • Mesmo manifestando-se como Trimūrti (Brahmā, Vishnu, Shiva), sua natureza essencial permanece indivisível
    • Como Ishvara (o “Deus pessoal”), representa apenas uma determinação relativa do Princípio supremo
  2. Aproximação Apofática
    • O entendimento do Divino deve ser feito por via negativa (negação de todas as limitações)
    • A “Personalidade Divina” é uma manifestação relativa, não a Essência em si
    • O Princípio primeiro abarca tanto o manifestado quanto o não-manifestado
  3. Inacessibilidade do Infinito
    • Deus, em sua Infinitude, é incognoscível por qualquer ser contingente
    • Toda conhecimento relativo é apenas participação na Conhecimento absoluto
    • As escrituras o descrevem como “além até mesmo do desconhecido”

(Referências: HDV, caps. I, II, VII, X e XV)

Termos Relacionados: Conhecimento, Causalidade, Criação, Dualismo, Ser, Manifestação, Monoteísmo, Uno, Unidade, Verdade.