(DRG)
No livro de Gênesis, o caos original é moldado e organizado pelos poderes espirituais que as sagradas escrituras chamam de Elohim. Esta primeira “organização” do informal é, segundo Guénon, idêntica ao Fiat Lux que transmite Light e preside todos os desenvolvimentos subsequentes.
Aqui encontramos a própria imagem, no nível iniciático, da recepção da Luz transmitindo ao leigo a “influência espiritual” que o constitui como “iniciado”, fazendo-o passar das sombras para a Luz. Guénon salienta que o número sete, frequentemente atribuído aos Elohim, está também relacionado com o setenário que encontramos nas organizações iniciáticas, organizações que são sempre, por definição e por essência, uma imagem cósmica.
Por outro lado, ao falar do rosário muçulmano, Guénon indica que a centésima conta dele também é chamada por analogia de “Paraíso da Essência” (Jannatudh-Dhât), ou a “Realidade Absoluta”, realidade que não deixa mais espaço para os nomes que devem expressar a multiplicidade dos atributos divinos. Guénon acrescenta, portanto, a este respeito, que nesta fase já nem sequer existe Allahumma, ou seja, o equivalente árabe do hebraico Elohim, que simboliza a síntese da multiplicidade dos atributos divinos na Unidade da Essência, mas não há mais nada, nada permanece exceto Allah como ammâ yacifûn, além de todas as qualificações e de todos os atributos, o que não são apenas os aspectos refratados, aspectos úteis apenas para que os seres criados e limitados possam expressar suas necessidades necessariamente imperfeitas. e visão incompleta do Absoluto.
(RGAI, cap. IV, “Condições de iniciação”. SFCS, cap. LXI, “A Cadeia de Mundos”.)
Veja Absoluto, Rosário, Deus, Iniciação.